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17
nov
08

Cobertura: Otto + Recife Jazz Festival

Otto rouba a cena
em festival de jazz

Thiago Corrêa

Falem o que for de Otto. Digam que ele não consegue formar frases com mais de cinco palavras, que é desafinado ou que sua música ficou antiga, presa ao passado. Pode até ser, mas insinuar falta de talento a ele já se configuraria uma injustiça. Em seu show na Praça do Arsenal, marcando o início do Festival de Circo do Brasil, sexta-feira; o bicho-que-pula mostrou que suas qualidades não são poucas.

O cantor, natural de Belo Jardim, é carismático, tem presença de palco, coleciona uma série de hits que sobrevivem ao tempo e, o mais importante, sabe montar uma banda como poucos. Acompanhado da Jambro Band – time que reúne nomes como Pupillo (Nação Zumbi), Luciano Curumim (Curumim, Guizado) e Fernando Catatau (Cidadão Instigado) –; Otto conseguiu inserir uma semente da balbúrdia carnavalesca no público que se aglomerou em frente ao palco montado na Praça do Arsenal.

O bicho-que-pula fez uma apresentação baseada nos três discos de carreira (“Samba pra Burro”, “Condom Black”, “Sem Gravidade”) e ainda soltou músicas do seu próximo álbum. Mas o que o público queria mesmo era músicas como “Dias de Janeiro”, “Por que”, “TV a Cabo” e “Pra Quem Tá Quente”, pedidos devidamente atendidos. E a interação com a platéia foi tanta que Otto não se conteve e mostrou porque ganhou o apelido de bicho-que-pula. Jogou-se na platéia e longe do palco mesmo cantou “Bob”.

O show ainda teve outros momentos curiosos como as participações especiais do pianista-prodígio Vítor Araújo e de Ortinho. Nelas, o sentimento foi o de que o Carnaval está chegando. Com o primeiro, Otto cantou “Evocação Nº 1”, de Nelson Ferreira, e com Ortinho emendou uma cirando. Visivelmente feliz, Otto custou a sair do palco, resultando num atraso de mais de uma hora ao reinício do Recife Jazz Festival.

Já passados 20 minutos após a meia-noite, o festival retomou sua programação que se iniciara mais cedo com apresentações de Bráulio Araújo, Marcos Diniz & Mr. Trio e o argentino Francisco Lo Vuolo na Torre Malakoff. A segunda metade do evento começou destoando do clima de baile deixado por Otto.

Numa falha da organização, o show em seguida foi o do pianista americano Jeff Gardner. Ele até mostrou virtuosismo técnico, tentou ser simpático falando em português, tocando um releitura do baião; mas acabou sendo prejudicado porque sua apresentação exigia atenção e um ambiente intimista, mais fechado.

O público, que já havia se dispersado durante o show do americano, espalhou-se ainda mais após os 20 minutos de intervalo. O dano já estava feito e nem a tentativa de Spok e Chorando em PE em retomar o espírito carnavalesco fez efeito. Na já avançada madrugada, os franceses do Briegel Bros Band encerraram o primeiro dia do Recife Jazz Festival.




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