23
mar
09

Cobertura: Radiohead!!!!!!!!!!!!!!

Radiohead mostra a beleza de ser estranho
Thiago Corrêa*
 
RIO DE JANEIRO – As dezenas de pernambucanos que gastaram pelo menos R$ 430 na passagem para o Rio de Janeiro e outros R$ 200 no ingresso do Just a Fest, realizado na Praça da Apoteose na última sexta-feira, viram seu investimento se transformar num tesouro que pode ser traduzido num sorriso de satisfação acompanhado de duas palavras: eu fui. Isso porque, em pouco mais de cinco horas, as cerca de 24 mil pessoas presentes assistiram à volta esporádica do Los Hermanos, sentiram o peso histórico do Kraftwerk e vivenciaram o primeiro show em terras brasileiras do Radiohead.
 
Fatos tão importantes que até certo momento preocupavam este jornalista durante os shows para definir por onde começar a matéria. Se por um lado presenciei o retorno da última grande banda do rock nacional fazendo um show karaokê cheio de nostalgia, embora burocrático; também fui transportado pelo som datado dos precursores da música eletrônica e pela explosão de imagens nos telões em meio a clássicos como “Autobahn”, “Radioactivity” e “The Robots”, que expôs a problemática das apresentações ao vivo se autosubstituindo por bonecos com mais vitalidade que os próprios integrantes.
 
Mas a dúvida começou a cair logo na entrada do Radiohead, quando a banda inglesa tocou “15 Step”, a primeira do “In Rainbows”, tocado na íntegra. Quatro músicas depois, ao ouvir os primeiros acordes de “Karma Police”, a suspeita logo se transformava na certeza de que ali, naquele momento, não existia outro lugar no mundo onde estar. Uma sensação que também deve ter passado por Thom Yorke, que mesmo após o término da música, sozinho, ainda puxou o coro “this is what you get, this is what you get”.
 
Um clima de sonho que se valorizou ainda mais com os efeitos de tubos luminosos rodeando o palco, proporcionando um visual irresistível e ao mesmo tempo sóbrio. Algo bem semelhante ao comportamento de Thom Yorke, tido como uma pessoa estranha, mas que surpreendeu pela naturalidade demonstrada no palco. Vendo ele ao vivo, entende-se melhor a importância do Radiohead, cuja influência pode ser vista em muitas poses do rock local, como as dancinhas de China e os cacoetes de Vitor Araújo.
 
Junto com Jonny Greenwood, Ed O’Brien, Colin Greenwood e Phil Selway; Thom Yorke parecia realmente estar se divertindo por conseguir fazer a estranheza de suas músicas ser aceita, sem precisar se submeter a qualquer restrição artística. Um sentimento que culminou na última música, quando a banda tocou “Creep”, fazendo o público compartilhar a emoção da beleza de ser estranho e perceber que está no caminho certo.

* O jornalista viajou por conta própria e não se arrependeu


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